Pausar por 3 minutos para perceber como estamos não pode como deve ser interessante (a nossa atenção segue o nosso interesse).
Se dar permissão para ouvir uma música com atenção plena, com presença, é uma excelente prática de mindfulness. Faço muito isso quando paro o carro, me ofereço o tempo da música que toca para sentir. Essa leitura tem a intenção de te dar informações para que você também possa acessar esse recurso, seja colocando uma música para meditar intencionalmente, seja parando para isso quando ouvir por acaso uma música que adora
Ou ainda, você pode escolher uma música e ler ao mesmo tempo, fazendo uma leitura meditativa (algo que adoro!).
Acabei de fazer isso e deixo no final do texto a música que me inspirou a pausa, que inspirou este texto.
A música começa.
Ao iniciar o seu momento, inspire trazendo a atenção para as sensações físicas no seu corpo. Sinta o toque da roupa, a temperatura dos seus pés, das suas mãos, a pressão dos apoios do corpo na cadeira, ou a pressão na sola dos pés.
Continue respirando, abrindo espaço para essas percepções físicas.
Se interesse pelo seu movimento interno.
Será que o ritmo do seu coração muda com a música?
Será que há tensão em alguma parte do seu corpo?
Veja se é possível, com movimentos sutis, suavizar essas tensões. Relaxando os ombros, o maxilar.
Será que é possível relaxar o olhar, quem sabe as pálpebras?
O que mais?
Permita que se conectar com as sensações no seu corpo enquanto se envolve pela música.
O que mais?
Será que há um sorriso no seu rosto? Ou um aperto no peito de tristeza (isso não é bom nem mau, é o que é. Abre espaço, abre um pouquinho os ombros ou os dedos das mãos).
“O que mais?” é uma pergunta-chave que nos fazemos para nutrir uma curiosidade genuína.
Você também pode se envolver completamente pela música, levando a atenção à escuta.
Note que a distração faz parte do funcionamento da atenção. Ao se distrair, volte com gentileza.
Respira, agora, acolhendo tudo que foi notado, tudo que foi sentido, reconhecendo que tudo faz parte de você, deste momento, e está como deveria. Assim como tudo ser mudado ou transformado. Estamos vivos, e neste momento isso é suficiente.
A música vai chegando ao fim.
Respira trazendo movimentos suaves para o corpo, movimentos que intencionalmente cuidam de você, que atendem necessidades. Um alongamento, um espreguiçar, um toque das mãos no rosto, no coração.
Vai se ativando para o próximo momento do seu dia. Se sacode um pouco. Massageia os ombros.
Perceba se existem alguma ou algumas necessidades básicas que precisam ser atendidas, como beber água, comer, fazer xixi, sono, cansaço. Se for o caso, procure atendê-las a seguir. Se não for possível, leve-as em conta, afinal podem influenciar o seu humor, o seu estado.
Aproveite e escolha qual atitude você vai expressar de agora em diante no seu dia. Confiante, calmo, alegre. É impressionante como esse momento de pausa muda a nossa experiência. Na verdade, esse é um dos grandes benefícios vividos por quem pratica mindfulness e treina a atenção, nos tornamos capazes de escolher como agir, a nossa atitude, definimos os próximos passos partindo de informações internas verificadas com gentileza e sem julgamentos.
Essa escolha, consciente ou não, é a nossa maior responsabilidade. Só depende de cada um de nós, e acredito mesmo que é a única coisa que controlamos.
Eu sei que pode parecer muita informação, mas ao experienciar você vai notar o quanto é intuitivo, o quanto você tem essa capacidade (só não costuma dar atenção à ela ).
Experimenta?
Deixo a seguir a música que acabei de ouvir, quem sabe você não faz uma pausa agora mesmo?
Durante a minha prática, que foi espontânea, – ou seja, a música tocou e decidi parar para prestar atenção – senti nostalgia e vitalidade da época em que eu ouvia muito Charlie Brown Jr. e foi especial perceber como o passado se faz presente nas sensações.
“Um homem quando está em paz não quer guerra com ninguém.”




Agradeci por ser quem sou hoje e por todas as experiências que vivi. Fui capaz de suavizar a tensão nos meus ombros e na base da coluna. Coloquei um sorriso no rosto, inspirado na menina que fui e ajustei a minha postura para agir com aquela energia tão natural dos meus 20 e pouquinhos anos.
Adoraria saber como foi a sua experiência
Com amor,
Cíntia