Não é porque sou Bióloga e pratico/ensino Mindfulness Neurocognitivo que me prendo só ao que é científico. Muito pelo contrário.  A partir da biologia e do aprofundamento da neurociência e do estudo em mim mesma tenho notado como, em cada vez mais momentos, o que sinto não pode ser traduzido em palavras. 

Assim, medito só para sentir, para me sentir, e uso textos mais espirituais para me deixar levar e refletir sem ter que compreender ou aprender algo. O Tarot Zen do Osho é um dos recursos que adoro, além de achar os textos coerentes, acho super interessante o processo de escolher uma ou mais cartas ao acaso.

Enfim, estava me preparando para dormir e nem pensava em escrever um post neste momento. Mas decidi partilhar essa mensagem com você. 

Aproveita para refletir comigo. Sem procurar sentidos nas palavras mas, quem sabe, sentindo como elas chegam até você e reverberam por aí.  

Sem expectativas. Um momento para aproveitar a sua própria presença ♡

Vamos.

“O Cavaleiro de Arco-Íris está aqui para nos lembrar que, tal como esta tartaruga, levamos a nossa casa às costas para toda parte. Não há que ter pressa, não há que procurar refúgio noutras paragens. Mesmo quando mergulhamos nas profundezas das águas emocionais, podemos continuar a ser autónomos e a viver com desapego. ◇ Neste momento você sente-se disposto a abdicar de quaisquer expectativas que em tempos possa ter tido a respeito de si ou de outras pessoas e a assumir a responsabilidade por quaisquer ilusões que possa ter alimentado ao longo da vida. Não há nada a fazer além de se entregar à plenitude de quem você é agora mesmo. Se os seus desejos, esperanças e sonhos começam a desvanecer, tanto melhor. Este desaparecimento abre espaço para uma nova quietude e para a aceitação daquilo que você verdadeiramente é e, por outro lado, você está agora capaz de receber este desenvolvimento como nunca antes o foi. Aprecie as virtudes deste abrandamento, desta entrega ao repouso, e reconheça que já está em casa.”

ABRANDAR

“A meditação é um tipo de remédio – algo que serve apenas para o uso corrente. Uma vez assimilado o exercício, deixa de ser necessário praticar qualquer tipo concreto de meditação, porque a meditação ter-se-á estendido a todos âmbitos da vida. 

Andar é zen, ficar sentado é zen.

E com que atributos esta condição nos deixa? Ficamos vigilantes, despertos, felizes, generosos, concentrados, amadores, fluidos. Esta é uma caminhada que, afinal, é um passeio. Afetuosos, alertas, vigilantes, sentamo-nos, sem qualquer propósito – não nos sentamos por nenhum motivo em concreto, apenas porque é belo sentarmo-nos sem nada mais fazer, porque é relaxante e nos enche de serenidade… Depois de uma longa caminhada, sentamo-nos debaixo de uma árvore e sentimos a carícia de uma brisa refrescante. Temos de estar sempre em paz com quem somos – sem procurar melhorar nada em nós, sem nos tentarmos cultivar, sem levar nada à prática.

Andar é zen, ficar sentado é zen.

A falar ou em silêncio, em movimento ou imóvel. 

A essência está em paz.

A essência está em paz: esta é a palavra-chave. A essência está em paz: esta é a declaração fundamental. Faça o que tiver a fazer, mas no fundo deve sempre manter-se em paz, sereno, calmo, equilibrado.”

Respira mais profundamente.

Sinta os seus apoios, sinta os pés no chão. Você está aqui e agora. Vai atendendo a algumas necessidades do corpo… um alongamento, quem sabe beber um copo d’água, relaxar os ombros, o maxilar. 

Respira e por agora, note que respirar é suficiente.

Tome um momento para sentir, se permita. 

Neste momento não existe certo e nem errado.

Respirando, volta (no seu tempo) para o que quer que você vá fazer.

Neste momento vou dormir com a sensação de estar em casa. Como você se sente? Me conta…

Com amor,

Cíntia Thurler