Neste último dia de 2024, depois de ter feito uma retrospectiva em forma de meditação e escrita, sei que foi uma ano de paciência e cura. De muita introspecção e desenvolvimento pessoal.
A minha vida se transformou aos poucos e me lembro de algo que ouvi alguém dizer:
“As árvores não têm pressa, elas crescem e entregam tudo o que precisa no seu tempo.”
E sinto a verdade destas palavras. As mudanças, embora radicais, aconteceram num ritmo suave, e por vezes tão lento que achei que fosse enlouquecer (e a meditação de toda a diferença).
Entretanto escrevo este texto porque enquanto me preparava para pensar nos próximos passos, no meu planejamento para o próximo ano, me peguei pensando em tudo o que não fiz, no que “ainda falta”, e em todos os “tenho que” que me cobro e que me culpo.
E é justamente sobre isso que quero te falar. Ao invés de colocar datas em prazos para me forçar a fazer tudo o que eu tenho que fazer, tudo o que eu quero mudar é tudo o que quero deixar ir, escrevi uma carta para mim mesma agradecendo tudo isso. Por que?
Bem, por mais difícil que possa ser, eu mereço ser gentil comigo mesma. Além disso, como seria viver uma vida sem desafios? Sem graça, estagnada. Assim, tudo isso que sinto que me falta, todas as coisas pelas quais me cobro, são na verdade uma grande OPORTUNIDADE, oportunidade para me desenvolver, crescer, amadurecer, ampliar a minha perspectiva.
Escreva sobre isso ou simplesmente, por um momento ou uma meditação ou uma oração, acolha toda essa “falta” que há em você.
5 minutos.
Agora, para te inspirar (quem sabe), deixo aqui o que escrevi para mim mesma. Sinto que a partir da gratidão as faltas se transformaram naturalmente em intenções e depois se traduziram em um planejamento bem prático que me deixou bastante satisfeita (mas este deixo para um outro momento).
“Parece que nada muda, mas tudo mudou.
Sinto-me mais conectada comigo mesma, compreendo melhor o meu espírito e a minha missão.
Sinto toda a força que está ao meu redor, toda luz, todo amor. E, neste momento, ao invés de escrever aqui o que falta ou ainda do que me culpo e me cobro, vou escrever toda gratidão que sinto pelo que tenho e pelo que sou neste momento.
Agradecer a grande oportunidade que é estar viva neste exato momento com as coisas exatamente como estão.
Preciso é quero é vou (a partir de agora) desenvolver a disciplina da qual fujo para nutrir o sentimento de prosperidade interna e externa, sentida pela primeira vez de uma forma intensa neste ano que termina.
Ela, junto com todo o meu desenvolvimento, vai me fortalecer para que eu sinta a minha vitalidade em evidência,para desfrutar de cada minuto, de cada abraço, de cada interação com presença, para lidar com os desafios com maturidade, coragem e gentileza.
Essa disciplina (gentil e flexível) vai me permitir curar e ser curada, afinal essa é uma das essências da existência. Assim como usar os dons e habilidades que me foram tão generosamente dadas por Deus para tornar este mundo um lugar melhor.
Quero inspirar e potencializar o amor e a compaixão em mim e no outro, nesse lugar de humildade, de humanidade compartilhada com uma sinceridade radical e viva.
Desapegar do que não faz sentido, manter tudo limpo e organizado (até mesmo a própria bagunça) interna e externamente, com rituais só meus que me conectam comigo mesma e com a vida cada vez mais profundamente, gerando uma compreensão que só pode ser sentida.
Cultivar a luz e a paz. Experienciar na maioria das vezes um ambiente sustentável e pacífico.
Estar disponível para quem precisar nos momentos certos, com comprometimento, com seriedade, com alegria e amor. Respeitando os meus limites “bons”.
Estudar tudo o que me interessa é tudo o que fizer sentido a cada dia. Estar em contato com a natureza e aprender com ela também.
Escrever, escrever e escrever. Mas não só para mim, para o mundo. Todos os dias.
Cuidar do meu corpo e colocá-lo em movimento, fortalecendo e honrando tudo o que sou.
Honrar cada alimento por si só, escolher o que menos vai nutrir com carinho e atenção.
Me comprometer com a sustentabilidade do ambiente, ser coerente neste sentido, respeitando o meu processo e a natureza.
Não perder de vista que o que é meu não poder ser perdido ou tirado de mim. Eu tenho tempo, amor e energia. E mais certamente.
Me lembrar de ser gentil comigo e com os outros nos momentos mais difíceis também. Que eu possa me interessar, ser curiosa e compassiva.”