Como suavizar a comparação com o mindfulness

A compaixão suaviza as sensações difíceis que surgem com a comparação. Esta prática de Mindfulness oferece uma oportunidade para que você consiga se cuidar (e reduzir os seus níveis de estresse) quando a comparação aparecer.

Nós normalmente nos confrontamos com tudo o que não fizemos no dia, na semana, no mês, no ano. E pior, ver que os outros (em teoria) “conseguem” fazer tudo só reforça em nós um sentido de ineficiência devastador.

Afinal, como as coisas parecem ser mais fáceis para os outros! E por vezes, ficamos com raiva do quanto ineficiente somos quando comparados com tamanha eficiência alheia.

“Como é possível postar tanto no Instagram, e ainda estar linda o tempo todo?!?!”

“Ela tem 3 filhos e está com as unhas sempre feitas, eu com um só não consigo nem lavar o cabelo.”

E tem sido cada vez mais fácil nos compararmos com os outros, e mais, temos nos comparado com realidades completamente diferentes das nossas e nos cobrado ainda mais. O que nos deixa apenas mais estressadas e infelizes. 

Por quê ela consegue e eu não comparação plenitude serenidade

Eu já me senti muito mal ao me comparar com alguém que ainda morava com os pais e que não tinha filhos (eu como mãe cheia de responsabilidades nunca conseguiria seguir aquele ritmo)…

Por mais que as redes sociais mostrem um pouco da realidade de outra pessoa, não a mostram por completo (apenas o que ela quer mostrar). Trata-se de um pequeno quadro que faz parte de algo MUITO maior. Aquela pessoa, tal como você, tem sofrimentos, tem problemas e dificuldades. Leve isso em conta.

Mas mesmo assim, como é possível se sentir melhor quando somos tomados pela comparação?

Esta prática pode ser uma oportunidade para que você consiga se cuidar (e reduzir os seus níveis de estresse) quando a comparação acontecer (desencadeando vários pensamentos críticos e difíceis).

  • Comece por alongar o seu corpo, notando onde pode relaxar, que parte precisa mover, ou precisa de um toque. Tome o seu tempo.
  • Encontre uma posição que seja ao mesmo tempo confortável e atenta (se estiver sentada, pode ser com as costas eretas e os ombros relaxados, por exemplo).
  • Leve a sua atenção para um dos pés. Note a sua temperatura, os pontos de pressão, as texturas que a pele toca, investigue as sensações físicas do seu pé.
  • Agora, comece a massageá-lo. Pode ser apenas o movendo em contato com o chão, ou então com as mãos. Massageie com a intenção de cuidar do seu pé, de oferecer carinho, atenção e cuidado. Tome o seu tempo.
  • Quando sentir que está mais relaxada (repouse as mãos sobre o coração se fizer sentido para você), e repita para você mesma: “todo mundo tem sofrimentos e só quer ser feliz. Essa pessoa com quem eu me comparo tem sofrimentos e só quer ser feliz. Eu tenho os meus sofrimentos e só quero ser feliz”.
  • E assim, com uma respiração mais profunda, vai encerrando esta prática e voltando, aos poucos, a sua atenção de volta para o mundo.

Você pode aproveitar para repetir esta prática com o outro pé, ou experimentar com as mãos, massageando o rosto… como fizer mais sentido para você.

O importante desta prática é notar que a gentileza começa com um movimento de autocuidado, e está cientificamente comprovado que a componente motora do nosso organismo desencadeia reações nas componentes cognitivas e emocionais do corpo (Efeito de Transbordamento). 

Assim, não apenas a massagem relaxa e ajuda a reduzir os níveis de estresse, como também convida os pensamentos a serem mais gentis, sendo possível criar um diálogo interno mais compassivo e coerente com as suas necessidades reais (diferentes das críticas duras que acontecem).

Desta forma, ao invés de se prender à comparação e dar valor à raiva de não ser igual, passa a ser possível levar a sua atenção para “COMO posso buscar motivação através deste outro trabalho que acho tão bonito”, “COMO posso fazer diferente para me sentir mais satisfeita?”, ou seja, para formas construtivas, produtivas de pensamentos que vão te colocar em ação.

Vale a pena experimentar e perceber como você se sente.

Boa prática!

Com carinho,

Cíntia

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Cintia

Bióloga, Professora de Mindfulness Neurocognitivo, Coach e Terapeuta Holística em formação, dentre outras coisas. A minha intenção ao escrever é sobretudo partilhar a minha humanidade. Por vezes pura e simplesmente, por vezes trazendo informações científicas e mais que relevantes para o nosso desenvolvimento. O meu propósito de vida é cuidar e sei que quando temos informações, temos liberdade de escolha e que quando partilhamos a nossa humanidade, nos sentimos acompanhados. Vamos juntos.

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